No dia 6 de julho de 2012 os cinemas brasileiros teriam a volta de um dos melhores e mais famosos heróis da Marvel Comics, quem mais seria se não o nosso “amazing” Spider Man? Dirigido por Marc Webb e com um elenco totalmente novo essa produção cinematográfica veio a fim de criar uma nova trilogia para os fãs do aracnídeo.
Nota: Este post terá alguns spoilers do filme, portanto se ainda não assistiu, prosseguir é por sua conta e risco. Mas calma, não tem nenhum spoiler sobre o clímax do filme.
O filme começa mostrando Peter Parker ainda criança se separando por motivos desconhecidos de seus pais biológicos, provavelmente a separação é devido uma pesquisa científica que seu pai está envolvido e que é mostrado em partes durante o filme. Sendo assim, o nosso pequeno heroi é deixado sobre os cuidados de seu Tio Ben e sua Tia May, uma nova história começava! Tendo um início diferente de qualquer adaptação feita da história de Stan Lee, achei corajosa a atitude do roteirista ao criar um Peter apegado ao seu pai biológico visto que vemos nitidamente no HQ e em várias outras mídias que seu apego à imagem paterna é exclusivamente dirigido ao seu Tio Ben. Uma mensagem que indica uma total quebra de paradigmas, e também não só isso, acredito que tenham investido em algo diferente por puro medo de comparações com a adaptação cinematográfica anterior, minha opinião. Foi um pouco estranho ver um Peter se preocupando com outro pai que não o seu Tio Ben, mas isso não interferiu tanto na relação forte que um tinha com o outro.
Deixando para falar do tio mais famoso dos quadrinhos daqui alguns parágrafos e focando no protagonista, eu tinha muito receio da interpretação de Andrew Garfield. Quando vi imagens promocionais do filme sua cara não me convenceu que ele poderia se tornar um Peter Parker. Ainda bem que eu estava errada, pois Andrew deu um show de interpretação e reviveu o verdadeiro Peter Parker! Vemos no filme um nerd descolado, tímido demais para falar com as garotas, um gênio, um garoto rebelde e sarcástico, é de fato o nosso Peter e não aquele bobão interpretado por Tobey na trilogia anterior! Aliás, nada contra o Tobey porque ele sempre será o Spider Man para mim, mas depois daquele estrago feito no terceiro filme com o personagem Peter Parker, nada como ver que o verdadeiro está nesse reboot. Aquela cena do Peter já como Spider Man atacando um criminoso no carro fazendo piadinhas, e ainda depois fingindo ter medo de uma faca para conseguir pegar o cara desprevenido foi uma das que mais me chamou atenção para ratificar: Esse sim é o Peter Parker, esse é o heroi que mais admirei na minha infância, esse é o cara que vencia os vilões e ainda me fazia rir! ESSE É O SPIDER MAN!
A única coisa que não gostei nesse Peter é que toda hora ele tirava a joça da máscara, totally nonsense! Spider Man é um heroi que praticamente nunca faz isso, ele precisa de todo jeito evitar que descubram sua verdadeira identidade e por mais que a fantasia incomode ou não, isso não é motivo para tirar a máscara toda hora! Era como se ele estivesse incomodado em ser o Spider Man, e ainda é muito cedo para isso, ele nem enfrentou suas piores crises como heroi.
Voltando a falar do Tio Ben, gostei muito da escolha do ator para viver o velhinho, Martin Sheen mitou e seu papel no filme mais uma vez foi fundamental para a transformação de Peter, e não poderia ser diferente. A partir de sua morte trágica e emocionante as coisas começam a mudar para o nosso heroi que até então estava preocupado demais com seu pai biológico e sua pesquisa, agora suas atenções se voltariam para vingar quem realmente foi seu pai durante todo esse tempo. Nesse momento temos a volta daquele antigo laço entre pai e filho construído entre Tio Ben e Peter deixando a inovação do roteiro e a história do pai biológico um pouco de lado.
Entretanto, essa história do pai biológico não poderia ser deixada de lado tão rapidamente, pois o antagonista desse primeiro filme tem uma ligação direta com o pai de Peter que foi seu companheiro durante pesquisas científicas, eis que temos aqui Doctor Connors, vivido pelo mítico Rhys Ifans. Peter como é um gênio, mostra interesse nas pesquisas do colega do pai ao mesmo tempo que quer descobrir um pouco mais sobre quem lhe trouxe ao mundo e se dispõe a ajudar o doutor com algo que seu pai tinha deixado para trás: uma equação que poderia resolver todos os problemas do Doctor Connors. Com um resultado mal sucedido, todos sabemos o que acontece, o doutor transforma-se no Lagarto perdendo controle sobre si mesmo começando a planejar loucuras que só um heroi poderia impedir.
Outra personagem que faço questão de destacar é Gwen Stacy da qual Emma Stone soube interpretar muito bem, aliás quando vi que seria ela a viver a Gwen nos cinemas senti que não poderia ter uma escolha melhor, em termos de aparência é como se a Gwen tivesse saído dos HQs e vindo ao mundo real. PERFEITO! Sua atuação não deixou a desejar em nada no filme chegando a ser fundamental para o clímax ou mesmo para dar suporte ao heroi em momentos difíceis ou não. As cenas de romance entre o casal principal também foram maravilhosas, emocionantes, bem feitas e lindas *-* Surtava loucamente os vendo juntos, oun ♥
O único que não gostou desse clima de romance foi o Capitan Stacy interpretado por Denis Leary, pai da heroina Gwen que também teve papel importantíssimo no filme.
Para fechar falando do roteiro, achei que foi bem trabalhado e atingiu sua proposta. Todas as cenas de suspense, comédia, drama e ação tiveram a dosagem ideal e empolgam quem assiste, não é um filme que te deixe com sono, pelo contrário você quer saber o que vai acontecer a cada nova cena, pois consegue prender bem sua atenção. Comparações com a primeira trilogia são inevitáveis assim como com os HQs e animações, se comparada a primeira trilogia eu achei sim esse filme melhor que seus antecessores, apesar que como disse anteriormente, para mim Tobey sempre será o Spider Man. Eu não li o HQ, mas com a internet e amigos podemos ter informações importantes e suficientes para dizer que esse reboot não é uma adaptação fiel aos quadrinhos de Stan Lee, a relação entre Peter e Gwen e a própria garota são fortes o suficiente para provar isso, porém vale ressaltar que nunca foi intenção dos diretores fazerem algo parecido visto que a ideia principal já estava no marketing do filme: Uma história jamais contada. Então, não vá ao cinema achando que poderá ver a verdadeira história do aracnídeo, porque você não vai ver nada.
Falando dos cenários, lutas e efeitos posso dizer que agradaram bastante. Não vi em 3D, mas quem viu gostou bastante, eu mesma não me empolguei pra ver até porque só uma cena me chamou a atenção para ver em 3D no filme todo. Não pagaria o dobro do ingresso por causa de 5 segundos em 3D que gostaria de ver, entretanto, seria mentira dizer que as cenas de ação ficaram ruins, pois não ficaram. As cenas de luta no final principalmente foram muito supremas, eu estava quase pulando da cadeira as vendo porque estavam muito empolgantes. Os efeitos ficaram muito bons, não digo que ficam no nível de Avengers, mas também não deixa a desejar para quem gosta.
Fiquei satisfeita com o que vi, e recomendo a todos que gostam de Spider Man ou um bom filme de super herois a assistirem esse filme, pois até mesmo os fãs mais fanáticos da primeira trilogia não vão se decepcionar. Para os fãs do HQ eu não diria a mesma coisa, a não ser que vão assistir sabendo que a história que vão encontrar lá está bem distante do que leram, nesse caso acredito que valha a pena arriscar. Apesar de não ser aquele filme para brigar por posições de melhores bilheterias, The Amazing Spider Man veio para quebrar paradigmas, ficar entre os melhores do ano e o mais importante de tudo: trazer o melhor heroi da Marvel de volta aos cinemas.